…Era pequeno. Uma tarde. Caía o Sol. Gente, muita gente. Quase toda a população da cidadezinha. A cadeia (a “Cadeia Velha”) era um edifício raro. Velho, tinha uma espécie de sótão, que o distinguia das casinhas baixas da cidade e era como um remanescente duma edificação anterior, suntuosa, que devia ter existido, num passado misterioso e irreal.
Ele estava com a mão fria e tremendo presa à mão da mãe. Todos, ali defronte da Cadeia, comentavam e esperavam. E quando o homem esquálido surgiu no terreno da frente (ela era metida para dentro), reatado em cima do cavalo, as mãos amarradas às costas, guascas maneando as pernas por baixo da barriga do animal, e vociferando numa revolta ao mesmo tempo enfática e triste, ele quis saber, saber! Já um pelotão de soldados o rodeava. Era a escolta.
- O que é que eles vão fazer com o homem, mãe?
- Psiu! Vão matar ele lá no Cati.
Book: O louco do Cati.